Hoje estou completando 44 anos de vida e ainda não sei responder a
pergunta que dá título a este texto. “Quem sou eu?”
Essa pergunta me persegue desde que eu me conheço como gente. Às
vezes, eu pergunto às pessoas que me rodeiam o que elas acham de mim. Peço para
que respondam com sinceridade, mesmo que seja com palavras que eu não queira
ouvir, mas que sejam verdadeiras.
Uma vez eu perguntei para minha filha Marcelle: “O que tu acha de
mim, como gente e como pai?”. Ela respondeu assim: “Ah pai, tu é amigo, é
brincalhão, tu é atencioso, responsável, às vezes chato, às vezes metido, mas é
legal, tu é isso, tu é aquilo... pra mim, o melhor pai do mundo. Ah, pai eu
acho uma coisa legal em você, tu é estiloso” (risos).
Eu poderia ficar chateado ao ouvir de minha filha que eu sou
chato. E metido? Pense numa coisa que me deixa danado da vida é saber que
alguém diz ou pensa que eu sou metido. Pois é, eu disse a ela que gostaria de
ouvir a verdade. E ela disse sem dó e sem piedade.
Na primeira vez em que eu participei de um retiro espiritual,
recebi um papel no qual estava escrito justamente essa frase: “Quem sou eu?”,
Fiquei a noite toda sem dormir, tentando responder. Isso foi há 20 anos e até
hoje eu não sei responder essa pergunta. Já pensei até em procurar um psicólogo
(risos).
Eu penso que sou um pouco de tudo o que a minha filha disse. Mas o
que eu acho legal é quando ouço alguém dizer: “eu te achava metido, chato, todo
engomadinho, mas depois que passei a te conhecer de perto, vi que você não é nada
disso, você é legal”. Já ouvi isso de algumas pessoas. E não é que nós às vezes
julgamos às pessoas pela a aparência.
Olha gente, não é o jeito de vestir que vai dizer se a pessoa tem
ou não humildade, é ou não responsável. A simplicidade, a humildade, vem de
dentro do ser humano. Por exemplo, eu sempre gostei de me vestir bem, desde
pequeno, como a foto acima atesta (risos), não para chamar a atenção, apenas
porque me sinto bem. Afinal, uma coisa que incomoda é vestir uma roupa, mesmo
que seja bonita, e não se sentir bem. Não importa a condição social, o
essencial é estar bem consigo mesmo.
Afinal, quem sou eu? Deus é quem sabe.
O
que eu quero dizer mesmo tudo, sobre mim: o meu comportamento, a minha
personalidade, as minhas maneiras; cada centímetro de mim, da cabeça aos pés,
dos pés à cabeça, é objeto de mexericos e debates. São-me constantemente
lançadas palavras duras e gritos, embora eu não esteja habituada a isso.
Segundo as autoridades definidas, eu devia sorrir e aguentar. (Anne Frank).*
Sandro
Oliveira
03/06/2013
Dia do meu aniversário
*
Anne Frank foi uma adolescente alemã de origem judaica, vítima do Holocausto,
que
morreu aos quinze anos de idade num campo de concentração.
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