quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Primeiro dia da prova do Enem será realizado neste domingo

Neste domingo, 5.095.388 de brasileiros em todos os estados e no Distrito Federal realizarão o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No Estado de São Paulo, são 816.066 participantes; já na Baixada Santista, 29.976 pessoas estão inscritas para as provas. 

Serão aplicadas, nesse primeiro domingo, as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, de Ciências Humanas e suas tecnologias e a redação. Cada prova tem 45 questões, enquanto a redação deve ter entre 7 e 30 linhas. 

Os portões estarão abertos das 12h às 13h. Após o fechamento, não será permitida a entrada de mais qualquer participante. As provas começarão às 13h30. No primeiro dia, o horário máximo de término das provas será às 19h, enquanto no segundo domingo o encerramento ocorrerá às 18h30. 


sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Prezada Irmã Dulce – melhor: Prezada Santa Dulce dos Pobres!

Prezada Irmã Dulce – melhor: Prezada Santa Dulce dos Pobres!

Hoje Salvador está em festa; a Bahia está em festa; o Brasil todo se alegra com o reconhecimento de sua santidade, ocorrida no domingo passado, na Praça São Pedro, no Vaticano. Quem esteve lá – foram muitos; uma multidão de brasileiros -, fez uma experiência única, uma experiência emocionante, daquelas que só a fé nos possibilita viver. Como foi bom ouvir a declaração do Papa Francisco: “Para a glória da Santíssima Trindade, para a exaltação da fé católica e o incremento da fé cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e nossa (…) declaramos e definimos” Santa a Bem-aventurada Dulce Lopes Pontes, e a inscrevemos “no catálogo dos Santos, estabelecendo que em toda a Igreja” ela seja devotamente honrada entre os Santos.  Hoje, pois, só poderíamos mesmo estar muito alegres. E quem é a causa de toda essa alegria e emoção? É a senhora, Santa Dulce dos Pobres – a senhora, que agora é irmã não apenas dos soteropolitanos e baianos, mas, a partir do histórico dia 13 de outubro de 2019, é, também, uma irmã universal. É por isso que estamos aqui, na Arena Fonte Nova. Quando a senhora poderia ter imaginado que um dia, numa tarde de domingo, uma multidão se reuniria por sua causa, num estádio de futebol? Futebol, aliás, que a senhora tanto apreciou em seus tempos de adolescente – que o digam o Ypiranga e o jogador Popó!

Permita-me que eu me corrija: não é bem verdade que estamos aqui por sua causa. Há uma causa maior que nos traz aqui: a Santíssima Trindade, fonte de toda santidade, fonte de sua santidade. Aqui estamos para louvar e agradecer ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo pelo dom que nos concedeu, com a canonização que o Brasil acompanhou. Sua fidelidade a Jesus, sua confiança na Providência divina e seu amor aos pobres e enfermos, aos menores abandonados e às crianças desprotegidas a tornaram conhecida e amada ainda em vida. Estamos aqui, pois, por causa do efeito da ação do Espírito Santo em seu coração; estamos aqui por que a senhora colaborou com a graça divina e se tornou uma discípula de Jesus Cristo.

Imagino sua timidez, no tempo em que morava em Salvador, quando ouvia alguém chamá-la de “O Anjo Bom da Bahia”. Mas a senhora foi isto mesmo: um anjo que passou pelas ruas desta cidade, que acolheu doentes e abandonados e que ajudou muitos a descobrir o sentido da palavra “dignidade”.

No domingo em que a senhora foi declarada Bem-aventurada – 22 de maio de 2011 -, em uma celebração no Parque de Exposições de Salvador, uma mensagem chegava para nós lá do Vaticano, da parte do Papa Bento XVI: “Desejo associar-me à alegria dos pastores e fiéis congregados em São Salvador da Bahia para a beatificação da Irmã Dulce Lopes Pontes, que deixou atrás de si um prodigioso rastro de caridade a serviço dos últimos, levando o Brasil inteiro a ver nela a mãe dos desamparados”. “Mãe dos desamparados!” Que belo título! No domingo passado, o Papa Francisco, referindo-se à senhora e às outras duas consagradas, lembrou que “a vida religiosa é um caminho de amor, nas periferias existenciais do mundo”. O povo brasileiro reconhece isso e a chama de “O Anjo Bom do Brasil”.

A Palavra de Deus proclamada neste domingo – 29º do Tempo Comum, do Ano C -, começou nos apresentando a figura de Moisés. Com as mãos levantadas, ele sustentava e garantia a vitória contra os inimigos. Aprendemos com seu testemunho, Santa Dulce, que não há vitórias só com nossos esforços pessoais. Precisamos da força de Deus, e essa força obtemos com a oração. Foi rezando que a senhora conseguiu superar seus limites pessoais e, particularmente, sua saúde precária. Foi com oração que a senhora não desanimou, mesmo quando portas se fechavam e o céu se escurecia com densas nuvens. A senhora nos lembrou isto: “Vou frequentemente à Igreja pedir força a Deus; costumo visitar o Santíssimo Sacramento em nossa capelinha do hospital. O segredo é a oração. Se a gente não faz da vida uma oração contínua, é difícil aguentar as dificuldades” (“Mensageiro de Santo Antônio”, entrevista, novembro de 1987).

O segundo segredo de sua fidelidade a Deus e à Igreja estava no seu amor à Palavra de Deus. Afinal, havia aprendido com São Paulo aquilo que há pouco ouvimos: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir e para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra” (2Tm 3,16-17). Depois, a senhora ensinava essa palavra não tanto com discursos ou homilias, mas com a força do seu testemunho vivo. O povo entendeu sua linguagem. Não era preciso que sua voz fraquinha dissesse alguma coisa: seu beijo nas crianças, seu abraço tão baiano e sua carícia na cabeça de quem a procurava diziam tudo.

Não sei se quem a ensinou a ser uma pedinte insistente – ou, como alguns a chamavam, “uma pedinchona”. Quem lhe ensinou isso terá sido a viúva sobre a qual Jesus falou em sua parábola, aquela que conseguiu que o juiz lhe fizesse justiça diante de sua persistência? O que sei é que o pensamento de muitos que estão aqui, quando ouviram a proclamação do Evangelho, deve ter-se voltado para a Feira de São Joaquim, onde, saindo de uma velha kombi, a senhora começava a estender sua mão, com a pergunta: O que o senhor tem para dar para os meus pobres? O que o senhor guardou para os meus doentes? Não levou muito tempo para todos descobrirem que era mais fácil e cômodo lhe entregar logo alguma coisa do que lhe dizerem um “Não”. Ainda mais que todos sabiam que a senhora não pedia para si; a senhora insistia em seus pedidos pensando nos doentes que se multiplicavam. Afinal, sabia muito bem que naquela mesma hora, no Hospital Santo Antônio, havia centenas de pessoas à sua espera, certas de que logo logo a senhora chegaria com alimentos e remédios. E quando, com sua voz e sua mão estendida, não conseguia os recursos de que precisava, pobre de Santo Antônio, que tinha que se desdobrar para atender aos inúmeros pedidos que a senhora lhe fazia!

Este domingo é dia de festa para todos nós. Mas é também um dia para aprendermos com a senhora um pouco do seu jeito de ser. Admiro, por exemplo, sua capacidade de trabalhar com pessoas de qualquer classe social. A senhora sabia que, sozinha, poderia caminhar mais depressa, mas, motivando outros para os seus ideais, iria mais longe, atingiria um maior número de necessitados – e por muito mais tempo. Por isso mesmo, soube envolver em seus trabalhos comerciantes e políticos, religiosos e sacerdotes, pais e mães de família. Quantas vezes, nestes meus anos de Salvador – saiba que sou soteropolitano como a senhora! – ouvi muitas pessoas falarem com alegria e, digo mais, com certo orgulho: “Eu conheci Irmã Dulce. / Eu trabalhei com Irmã Dulce! / Meu pai, doente, foi acolhido por Irmã Dulce!”

Muitos estão descobrindo, Santa Dulce dos Pobres, que o que distinguia seu trabalho pelos menos favorecidos era o amor. Esse seu amor a levava a perguntar-se como era possível que, num país com tantas riquezas, pudesse haver pessoas passando fome ou não tendo um lar para morar. Mais do que reclamar da sociedade, a senhora foi à luta, convicta de que – e aí está uma outra lição que a senhora nos deixou! – que quando ajudamos os pobres eles, na verdade, é que nos ajudam. Afinal, neles está Jesus! A senhora via os necessitados a partir de Cristo; a senhora os via como Cristo os via. Deviam ecoar continuamente em seu coração as palavras do Jesus, referindo-se ao atendimento dado aos necessitados: “Foi a mim que o fizeste!” (Mt 25,40). Queremos, pois, guardar está sua lição: tudo o que a senhora fazia tinha como ponto de partida a sua amizade pessoal com Jesus.

Uma outra lição que a senhora nos deixou é que mais do que dar pão aos necessitados, o que já seria muito, é preciso lhes transmitir valores. Foi isso que a levou a dizer: “A melhor recompensa que recebo é quando, transbordantes de alegria, [os pobres e necessitados] ganham novas forças para superar as dificuldades futuras e esquecer as vicissitudes passadas” (Mensageiro, id.).

Como não lembrar, também, sua confiança na Divina Providência? Essa nem sempre se manifesta na hora que desejamos. Bem que o apóstolo Paulo nos advertiu: o “o amor é paciente… tudo espera… tudo suporta…” (1Cor 13). O amor confia!

Hoje é um dia de festa, Santa Dulce dos Pobres. Mas aprendemos com a senhora a ser realistas. Assim, sabemos que, se sairmos agora pelas ruas de nossa cidade, de nosso Estado ou de nosso país, veremos que há muitas pessoas que a deixariam inquieta. Sim, há muito a ser feito, para que as desigualdades entre os filhos e as filhas de Deus sejam superadas; para que o amor aproxime os diferentes, e os necessitados tenham parte na distribuição das riquezas que Deus deixou para todos os seus filhos e filhas. A senhora fez a sua parte. Cabe-nos, agora, imitá-la e fazer a nossa parte; cabe-nos multiplicar-nos, não permitindo que nos atinja o vírus do individualismo ou o da indiferença. A mundo precisa de muitas “Irmãs Dulce”. Se a Igreja a coloca agora em lugar de destaque é para que a luz de Cristo, que se reflete na senhora, seja vista por nós e nos anime a fazer o que estiver ao nosso alcance para tornar o mundo melhor. Se tivermos essa disposição e confiarmos na Providência Divina, descobriremos que, colocando Deus no centro de nossa vida e amando o próximo como a nós mesmos, o mundo se tornará melhor e não passaremos por esta  terra em vão!

Obrigado, por sua vida e seu testemunho, Santa Dulce dos Pobres! Obrigado pelas lições que nos deixou! Obrigado, muito obrigado, Anjo Bom do Brasil!

Salvador – Arena Fonte Nova, 20 de outubro de 2019.
Missa de Santa Dulce dos Pobres

Homilia de Dom Murilo S.R. Krieger, scj
Arcebispo de São Salvador da Bahia – Primaz do Brasil

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Os hábitos no banheiro que causam estranheza em outras partes do mundo

"Como árabes, temos de ter três coisas quando vamos viajar: passaporte, dinheiro e um bidê portátil", brincou o comediante egípcio Bassem Youssef em sua performance de estreia no Reino Unido, em junho.

Ele exibiu uma ducha higiênica, também conhecida como shattaf. "Não entendo: vocês são um dos países mais avançados do mundo. Mas quando se trata da parte de trás, vocês estão atrasados."

Muitas pessoas concordariam com Youssef. A tendência em diversos países ocidentais das pessoas se limparem apenas com papel higiênico depois de usar o banheiro — em vez de enxaguar — causa perplexidade em outros lugares do mundo.

A água limpa de maneira mais organizada do que o papel: correndo o risco de inspirar uma reação de nojo, imagine tentar remover as fezes da pele apenas com papel...

Além disso, ainda que o papel higiênico não seja tão áspero quanto peças de cerâmica (usadas pelos gregos antigos) ou espigas de milho (como entre os americanos no período colonial), a água é menos abrasiva do que as marcas mais macias disponíveis no mercado.

Há tempos, uma visita ao banheiro se encerra com um jato d'água em vários países. E não apenas no mundo não ocidental, afinal, foram os franceses que deram ao mundo a palavra bidê. Mesmo que ele esteja desaparecendo na França, continua a ser padrão na Itália, na Argentina e em muitos outros lugares. Enquanto isso, a ducha higiênica de Youssef é comumente encontrada na Finlândia e no Brasil.

Ainda assim, grande parte do Ocidente depende do papel higiênico, incluindo o Reino Unido e os Estados Unidos. E, quando comparadas com qualquer outro lugar do mundo, essas duas nações tiveram a maior influência na cultura moderna do banheiro, observa a historiadora da arquitetura Barbara Penner em seu livro Bathroom ("Banheiro", em inglês).

De fato, as tendências dos banheiros anglo-americanos se tornaram tão difundidas que, na década de 1920, foram até apelidadas de "imperialismo sanitário".

Mesmo assim, essas tendências não se popularizaram em todos os lugares. A água é preferida, por exemplo, em vários países de maioria muçulmana, porque os ensinamentos islâmicos incluem o uso de água para a limpeza — a ponto de a Diretoria de Assuntos Religiosos da Turquia ter emitido em 2015 uma diretriz autorizando muçulmanos a usar papel higiênico se a água não estiver disponível.

E os famosos banheiros japoneses modernos, que refletem simultaneamente a engenhosidade tecnológica e a vergonha em relação às funções naturais do corpo, oferecem opções de umedecimento e secagem.

Água ou papel?

Uma pessoa interessada no debate sobre o uso da água ou papel na higiene pessoal é Zul Othman, um funcionário do governo australiano que pesquisou atitudes culturais e históricas em relação às instalações sanitárias.

Como mostra sua pesquisa, alguns australianos muçulmanos se adaptaram aos banheiros de estilo ocidental usando papel higiênico e depois tomando banho, enchendo um jarro de água ou instalando duchas ao lado de seus banheiros.

Este é o caso também de pessoas de origem religiosa não islâmica. Astha Garg, uma cientista de dados indiana que trabalha há dois anos nos arredores de São Francisco, nos Estados Unidos, diz que costumava procurar por uma "caneca de banheiro" naqueles que usava.

Para os leigos, esse utensílio se assemelha a um jarro com medidas, daqueles usados para cozinhar, com um bico adaptado para limpar as partes íntimas. Ela acabou comprando uma caneca assim em uma loja de artigos indianos. "Alguns indianos se adaptam ao papel higiênico, mas muitos de nós gostam de usar água sempre que possível", diz.

"Sempre que visito um amigo indiano nos Estados Unidos, sei que encontrarei uma garrafa de água plástica ou uma caneca ao lado do vaso sanitário."

Othman conhece bem a insistência do Ocidente em usar algum tipo de papel. Um de seus colegas de classe em Sheffield, no Reino Unido, ficou sem papel higiênico e acabou usando uma nota de 20 libras para limpar-se.

Enquanto isso, a família do guitarrista Kaiser Kuo adotou uma solução híbrida. Há três anos, eles se mudaram da China para os Estados Unidos, onde, como muitos recém-chegados, mantiveram alguns hábitos chineses e adotaram outros tipicamente americanos.

Kuo ficou chocado com a quantidade de papel que seus filhos começaram a usar, seguindo os costumes do povo americano, que é de longe o principal consumidor de papel higiênico do mundo.

Garg também achou usar papel higiênico desconcertante. "Não era de todo óbvio que deveria ser jogado no vaso sanitário", diz ela. Além dos custos financeiros e ambientais, "entope os banheiros". "Acho que um a cada quatro banheiros tem problemas de encanamento."
O papel higiênico também é comumente usado na China, onde, afinal, o papel foi inventado. Mas foram os fabricantes e anunciantes americanos que fizeram as mais agressivas campanhas pelo seu uso no século 20, especialmente de certos tipos. Por exemplo, os britânicos ainda usavam principalmente papel higiênico áspero na década de 1970, porque desconfiavam do papel macio produzido pelos americanos.

A família de Kuo agora usa menos papel higiênico, seguido por lenços umedecidos. É uma espécie de reconhecimento do que as pessoas em outros países sabem há séculos: que algo úmido limpa melhor.

Sentado ou de cócoras?

A família de Kuo também fez concessões em relação a outro tópico controverso: sentar versus agachar para defecar.

Ambos os tipos de sanitários foram usados na China durante a dinastia Han (206 a.C. a 220 d.C.). Atualmente, há diferenças regionais nessa preferência, embora o tipo que exige agachar predomine nos banheiros públicos de todo o país.

Ainda hoje, estima-se que dois terços do mundo se agachem. Muitos ocidentais continuam resistentes a isso, que é sem dúvida mais lógico e conveniente do que sentar-se no vaso de porcelana. No entanto, a maioria das mulheres britânicas admite agachar-se ou erguer-se ligeiramente para evitar o contato direto com os assentos.

Anatomicamente, agachar-se também é a melhor postura, pois o ângulo permite uma passagem mais suave das fezes, porque favorece os movimentos intestinais. Isso sem falar nos benefícios à saúde em geral do agachamento — uma demonstração de força e flexibilidade em que os idosos chineses geralmente deixam os jovens ocidentais no chinelo.

Os americanos transformaram esse tempo mais longo no banheiro em uma forma de lazer. Há um grande mercado de livros para ler no banheiro, o que geralmente envolve curiosidades, contos ou piadas. Isso ainda parece algo estranho a Kuo. "O que todos os pais chineses dizem é: não leia no banheiro. Você terá hemorroidas."
A família de Kuo adotou um meio termo em sua casa. "Mantemos um banquinho na frente ao vaso. Colocar os pés nele simula a posição de agachamento. Minha mulher é um gênio por ter pensado isso", diz ele, rindo.

Várias empresas tentam faturar com essa solução ao adaptá-la para os países ocidentais, com produtos como o Squatty Potty. Garg tem um.

Em alguns países, as pessoas têm mais de uma opção à disposição. Othman diz que, em seu país, a Malásia, "os centros comerciais e banheiros públicos normalmente têm 1/3 dos vasos que são feitos para serem usados de cócoras".

Sua pesquisa sugere que os australianos muçulmanos não têm problemas em passar a sentar, mas mantêm sua preferência por água em vez de papel higiênico.

A cultura do banho

O banho também é um hábito que varia culturalmente. "Há uma tendência a se tomar banho logo cedo nas sociedades ocidentais ou tomar banho todos os dias, e isso é estranho", diz Elizabeth Shove, socióloga da Universidade de Lancaster, na Inglaterra, que pesquisa práticas de consumo de água e energia.

Uma influência importante foi o boom da publicidade global, que se acelerou após as guerras mundiais. A ideia de usar tipos especiais de sabão para o corpo e o rosto, em vez de produtos de limpeza genéricos que também podem ser usados para roupas, é uma invenção relativamente recente, em parte atribuível ao marketing. Essa necessidade fabricada estava ligada a uma tendência geral de banhos mais frequentes.

Outro conceito relativamente novo e, agora, quase onipresente no Ocidente é o banho diário. Shove observa que, apenas duas gerações atrás, o padrão no Reino Unido era que as pessoas fizessem isso uma vez por semana.

Obviamente, em muitos lugares do mundo hoje, o abastecimento de água não é constante, e muitas pessoas não podem escolher com que frequência tomam banho.
Mas este não é o único fator que influencia isso. O banho frequente é comum mesmo em regiões de baixa renda de Lilongwe, no Malauí, onde as pessoas podem tomar banhos de balde duas ou três vezes por dia, apesar do acesso limitado à água.

Muitos ganenses, filipinos, colombianos e australianos, entre outros, também tomam banho várias vezes ao dia. Isso não implica em lavar o cabelo todas as vezes, e, em algumas culturas, complementar a rotina de higiene com uma lavagem dos pés é um costume.

Vários banhos de balde podem realmente consumir menos água do que um único banho de chuveiro. Mas o hábito está apenas parcialmente relacionado ao clima quente: alguns brasileiros tomam vários banhos por dia, mesmo nos dias de inverno.

A rotina típica de hoje de tomar um banho matinal é em parte um reflexo das noções contemporâneas sobre como estruturar o dia, ordenado com mais rigor do que no passado. Os ocidentais de hoje sentem que têm menos tempo livre, mesmo que a jornada de trabalho seja menor do que no passado, em parte porque a maior parte do tempo já está programada.

Hoje, também é mais forte a noção de que tomar banho é uma forma de ficar apresentável aos outros, em vez de apenas limpar a sujeira do dia.

Mas é mais higiênico — ou útil — tomar banho diariamente e fazê-lo de manhã ou à noite? Nem sempre. O banho quente frequente pode ressecar a pele e os cabelos, por isso, muitas mulheres lavam os cabelos apenas uma ou duas vezes por semana.

As evidências também são variadas sobre os benefícios de um banho pela manhã ou à noite. Alguns dizem que a ducha matinal os deixa mais alerta e que um banho noturno, como é comum no Japão, pode ajudar a relaxar os músculos antes de dormir.
Obviamente, há uma grande variação neste aspecto entre os países, e, portanto, há exceções para todas essas tendências. A história dos hábitos de higiene sugere que tudo pode mudar com os desenvolvimentos cultural e tecnológico.

No futuro, as pessoas no Ocidente podem, por uma preocupação ambiental, tomar banho apenas uma vez por semana ou trocar as duchas por baldes e canecas. Ou optar por instalar chuveirinhos ao lado de seus vasos após ver como isso pode ser útil em outros países.

Esses hábitos podem parecer uma questão de bom senso, mas são resultado de condicionamentos sociais. Afinal, todo mundo precisa aprender em algum momento a usar o banheiro.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese

Prefeitura de Coração de Maria garante merenda escolar de qualidade

Uma Alimentação Escolar de qualidade reflete positivamente na aprendizagem dos estudantes. É nessa perspectiva, que a Prefeitura de Coração de Maria, por meio da Secretaria Municipal de Educação, investe em merenda escolar para estudantes da rede pública municipal de ensino.
A merenda escolar ofertada para os estudantes inclui alimentos saudáveis, como carnes, frango, feijão, arroz, leite, biscoitos, pão, frutas, verduras, entre outros.

Tudo isso é resultado da integração do PAA Alimento e PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar, Secretaria Municipal de Educação e Secretaria Municipal de Agricultura que compra produtos saudáveis da Agricultura Familiar fortalecendo na alimentação escolar e gerando renda para o homem do campo.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Paróquia de Coração de Maria realizou 11º ECC

A Paróquia do Sarado Coração de Maria, realizou nos dias 18,19 e 20 de outubro 2019, o 11º Encontro de Casais Com Cristo (ECC), com o tema: Nossa Paróquia, casa de fé, acolhimento e reconciliação.

O Encontro foi realizado no Centro Paroquial, num clima de muita oração, simplicidade e doação, pelos casais que participaram, como também os demais casais que trabalharam para a realização do mesmo, e contou com a direção espiritual do Pe. Luciano dos Santos, que esteve presente em todos os dias do encontro.

O Padre Luciano agradeceu a todos que ajudam na realização do encontro e desejou motivação para que os objetivos do movimento sejam alcançados. “Peço que sigam perseverantes nessa caminhada, que continuem ousados em vossas ações para tantas outras famílias também possam vivenciar esse momento”, afirma.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

SAC Móvel estará em Coração de Maria entre os dias 18 e 19 de outubro

O município de Coração de Maria estará no roteiro da unidade do SAC Móvel entre os dias 18 e 19 de outubro. A confirmação foi feita através de ofício pela Secretaria de Administração do Estado da Bahia, atendendo assim a uma solicitação da Prefeitura Municipal de Coração de Maria.  

Na unidade do SAC Móvel os cidadãos podem obter documentos no momento da solicitação. 

Entre os serviços que estarão disponíveis estão:

- Carteira de Identidade (RG)
- Cadastro de Pessoa Física (CPF)
- Recadastramento de Pensionista do Estado
- Antecedentes Criminais
- Ouvidoria do Estado 


domingo, 13 de outubro de 2019

Irmã Dulce é canonizada pelo papa e se torna a primeira santa brasileira

Uma multidão acompanhou neste domingo (13/10/2019) a canonização de cinco beatos na Praça São Pedro, no Vaticano. Entre eles, Irmã Dulce, a primeira santa nascida no Brasil. A cerimônia histórica comandada pelo papa Francisco começou por volta das 5h (horário de Brasília) e reuniu 50 mil pessoas.

Pelo menos 15 mil peregrinos brasileiros acompanharam a canonização. Além de Irmã Dulce (1914-1992), foram oficializados santos o teólogo e cardeal inglês John Henry Newman (1801-1890); a religiosa italiana Giuditta Vannini (1859-1911); a religiosa indiana Maria Thresia Chiramel Mankidiyan (1876-1926); e a catequista e costureira suíça Margherita Bays (1815-1879).
“Em honra da Santíssima Trindade, pela exaltação da fé católica e para incremento da vida cristã, com autoridade de nosso senhor Jesus Cristo, os santos apóstolos Pedro e Paulo, depois de haver refletido longamente, ter invocado a ajuda divina e escutado o parecer de muitos irmãos do episcopado, declaramos e definimos santos os beatos: John Henry Newman, Giuseppina Vannini, Mariam Thresia Chiramel, Dulce Lopes Pontes e Marguerite Bauys”, declarou o papa, em latim.

O músico José Maurício Moreira, 51 anos, que recuperou a visão após intercessão da Irmã Dulce participou da missa. No altar onde ocorreu a cerimônia, estavam a imagem de Nossa Senhora originária do Brasil, uma pedra ametista em formato de coração que pertenceu a Irmã Dulce e um osso da costela da religiosa baiana, que agora passa a ser chamada de Santa Dulce dos Pobres. O evento ocorreu em meio ao Sínodo da Amazônia.

José Maurício comemorou bastante emocionado a canonização de Santa Dulce dos Pobres. “Minhas pernas estão tremendo até agora”, disse, em entrevista à TV Globo, após a cerimônia na Praça São Pedro, no Vaticano.

Familiares de Irmã Dulce também acompanharam a canonização. Entre eles, a sobrinha da religiosa baiana, Maria Rita Lopes Pontes. Ela resumiu em uma palavra o seu sentimento: “Gratidão”. Segundo ela, gratidão, primeiro, a Deus, e segundo aos homens, pelo momento histórico. Durante a missa, o Papa Francisco afirmou que essas pessoas que se dedicam aos mais pobres na vida religiosa fizeram “um caminho de amor nas periferias existenciais do mundo”.
O líder da Igreja Católica disse que, como os leprosos citados nos textos bíblicos, “todos nós precisamos de cura e somente Jesus oferece essa cura”. Por isso, segundo ele, é preciso rezar, pois “a oração é a porta da fé, o remédio do coração”. “Você quer crescer na fé? Cuide de um irmão distante, de uma irmã distante”, destacou.

A primeira santa brasileira
Irmã Dulce teve uma vida marcada por trabalhos assistenciais feitos em comunidades carentes de Salvador (BA). Conhecida como o “Anjo Bom da Bahia”, ela realizou diversos milagres, segundo testemunhas. Um deles, a cura do maestro que voltou a enxergar, foi a chave para ser elevada aos altares.

A vida de Irmã Dulce
Maria Rita Lopes Pontes nasceu em 1914, em Salvador (BA). Filha de pais ricos, a jovem sempre teve a vocação de ajudar os mais pobres, segundo relatos de pessoas que conviveram com ela.

Aos 13 anos, a jovem Maria Rita passou a acolher mendigos e doentes em sua casa, transformando a residência da família.

Em 1933, após se formar como professora primária, então com 19 anos, Maria Rita entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Sergipe.
Em 1939, Irmã Dulce inaugurou o Colégio Santo Antônio, voltado para os operários e seus filhos. “No mesmo ano, para abrigar doentes que recolhia nas ruas, invadiu cinco casas na Ilha do Rato, em Salvador. Depois de ser expulsa, teve de peregrinar durante dez anos, instalando os doentes em vários lugares”, diz Renato.

O processo de canonização
O caminho para a canonização na Igreja Católica é complexo e demorado. Simplificando, para ter a santidade reconhecida é preciso passar por quatro grandes etapas. São elas: o reconhecimento de um Servo de Deus, o título de Venerável, a beatificação e, por fim, a canonização.

Antes de mais nada, é preciso pedir a abertura do processo. A causa da canonização de irmã Dulce foi iniciada em janeiro de 2000. A validação do primeiro milagre ocorreu três anos depois, pelo papa João Paulo II, que hoje também é considerado santo. Na ocasião, o pontífice reconheceu a cura de uma mulher que estava com hemorragia.

Para ser canonizada, nesse domingo, o Vaticano reconheceu outro milagre da irmã religiosa. Desta vez, o Anjo Bom da Bahia curou a cegueira de um homem de 50 anos.

Frases de Irmã Dulce
A irmã Dulce foi uma mulher de poucas palavras, segundo relatos de pessoas próximas. Riella, por exemplo, a chama de guerreira e diz que o principal ofício dela era “trabalhar, trabalhar e trabalhar”.

Algumas frases ficaram marcadas ao saírem da boca de Irmã Dulce. Veja:

“Se fosse preciso, começaria tudo outra vez do mesmo jeito, andando pelo mesmo caminho de dificuldades, pois a fé, que nunca me abandona, me daria forças para ir sempre em frente.”
“Se houvesse mais amor, o mundo seria outro; se nós amássemos mais, haveria menos guerra. Tudo está resumido nisso: dê o máximo de si em favor do seu irmão, e, assim sendo, haverá paz na terra.”
“Procuremos viver em união, em espírito de caridade, perdoando uns aos outros as nossas pequenas faltas e defeitos. É necessário saber desculpar para viver em paz e união.”




quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Reunião Pública Licença Ambiental para Instalação de linha de transmissão

Aconteceu na manhã dessa quarta-feira (02/10), no auditório do CRAS em Coração de Maria, uma reunião pública, promovida pela LYON Transmissora de Energia Elétrica S/A e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), para apresentação e discussão do Estudo Ambiental para Atividades de Médio Império (EMI) para Instalação Seccionamento da Linha de Transmissão em 230kv Governador Mangabeira - Camaçari II - C2 e SE Feira de Santana III, processo de licenciamento nº 2019.001.001959/INEMA/LIC-01959. 
Serão cerca de 54km de extensão Linha de Transmissão de Alta Tensão, interceptando cinco municípios assim divididos: Feira de Santana 6,6km, Coração de Maria 20,8km, Conceição do Jacuípe 15,6km, Amélia Rodrigues 7,6km e Terra Nova 3,6km. 
O evento contou com a presença de técnicos representantes da Empresa Lyon Transmissora; Empresa Caruso Jr. Estudos Ambientais e Engenharia; Inema; Secretários municipais: Sandro Oliveira, Luis Carlos, Washington Oliveira, e dos vereadores Marivaldo e Jucimar, além de alguns representantes da sociedade civil.