EXISTE um ditado popular que diz: o mal é a língua. Que atire a primeira pedra o ser humano que nunca se sentiu ofendido ou prejudicado por pessoas de língua afiada e mal intencionada. Recentemente fui vítima desse mal. Disseram que eu tinha dito algo quando na verdade nunca havia cometido tal injúria. Por que inventaram? Não sei. Desde que o mundo é mundo que é assim. Lulu Santos na sua belíssima canção diz que: Assim caminha a humanidade. Às vezes desconfio que alguém com inveja das mordomias e dos privilégios que Adão e Eva gozavam no Paraíso, bateram com a língua nos dentes e foi falar com Deus que suas criaturas tinham lhe desobedecido e comeram o fruto da árvore do conhecimento, para alguns, uma simples maçã.
BRINCADEIRAS à parte, Adão e Eva traíram a confiança de Deus, pois tinham total liberdade e apenas uma coisa a obedecer. No entanto, foram desleais ao Criador e tentou enganá-lo, comendo, escondidos, o único fruto que não lhes era permitido. Em resumo, o primeiro pecado da humanidade foi a desobediência, a mentira. Mentira essa que ainda hoje faz muitos estragos à humanidade e tem como sua principal aliada, a “língua”. Pois é, pessoas com língua “afiada”, normalmente trazem intrigas, desamor, ódio para uma família ou até mesmo uma comunidade. Principalmente em comunidades pequenas, constantemente a língua “afiada” comete injurias, faz juramentos falsos, mente, engana e conduz até a morte física ou espiritual.
TEM um provérbio popular muito conhecido que diz: “A voz do povo é a voz de Deus". Eu discordo. Deus não se manifesta toda hora e nas vezes em que se manifestou, foi em favor da verdade e do ser humano. Por outro lado, o povo na sua grande maioria comete várias injustiças usando a voz, ou seja, a língua, talvez por isso muitos procuram interpretar do seu jeito a voz do povo dizendo ser ela voz de Deus.
PRIMEIRO, a língua contamina o homem e então, por intermédio dele, todo um grupo de pessoas que o cerca. E, muitas vezes, quando deveria pronunciar-se a favor do bem, prefere ficar calada, incapaz de dizer uma palavra que transmita alegria, respeito, amor. O Salmo 33,14 nos diz: “Guarda a tua língua do mal e os lábios de falarem enganosamente”. Pois é, guardar a língua do mal é não emitir acusações falsas sobre a vida das pessoas, é evitar palavras que machuque o coração de outrem, é evitar o “disse me disse”.
CONVIDO você, para uma profunda reflexão: Como estou usando a minha língua? Para semear a união ou a discórdia? O ódio ou o amor? O erro ou a verdade?
Sandro Oliveira
Pastoral Familiar
Paróquia de Coração de Maria
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