Por Sandro Oliveira
Eu tinha 12 anos, quando um senhor chamado Antônio Roque me pediu para segurar seu cavalo enquanto ele entrava no banco Bradesco, o único que tinha na cidade, para fazer um pagamento. Eu estava indo realizar uma tarefa simples, mas acabei sendo lançado em uma aventura inesperada.
Nesse momento, um espírito de cavaleiro tomou conta de mim e eu não resisti à tentação de dar uma cavalgada. Subi no cavalo e, antes que eu pudesse controlar, ele começou a trotar, depois a correr descontroladamente. Eu estava apavorado, sem forças para puxar as rédeas, enquanto o cavalo invadia garagens, quintais e jardins públicos, quase atropelando pessoas nas calçadas.
As pessoas gritavam, fazendo piadas: "Sai da frente, vigia, que lá vai cavalo!" Parecia que ninguém levava a situação a sério, mas eu estava morrendo de medo. Justo quando eu achava que tudo estava perdido, um anjo da guarda, chamado “Rafael cabeça branca”, apareceu do nada em frente ao bar e parou o cavalo. Desci do animal com as pernas tremendo e branco de medo.
Quando o dono do cavalo saiu do banco, me agradeceu e perguntou se eu havia dado uma voltinha no cavalo para passear. Eu, ainda trêmulo, respondi com um sorriso forçado: "Não estava com vontade."
Ele não tinha ideia do que havia acontecido. Eu, por outro lado, aprendi uma lição valiosa: é preciso enfrentar os obstáculos com coragem e ter fé acima de tudo. E, claro, nunca mais montar em um cavalo alheio sem permissão!
Sandro Oliveira

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