terça-feira, 21 de outubro de 2025

Memórias de uma derrota inesquecível

Por Sandro Oliveira

Eu tinha 13 anos em 5 de julho de 1982, uma segunda-feira que ficou gravada na minha memória como um dia de profunda tristeza. A seleção brasileira de futebol, com seus craques como Zico, Sócrates e Falcão, foi eliminada pela Itália no Estádio de Sarrià, em Barcelona, com um placar de 3 a 2 – um resultado que entrou para a história como a "Tragédia do Sarrià". Foi um golpe duro, e eu me sentia desolado junto com meus colegas. O tempo parecia ter congelado, e eu quase implorava a Deus para que tudo aquilo fosse apenas um sonho ruim. Mas não era um sonho; era a cruel realidade.

Em meio à dor da derrota, surgiram rumores de que um jogador italiano tinha problemas com a documentação, e isso reacendeu uma faísca de esperança em nós. A fé se misturava com o futebol de um jeito quase visceral. Como devoto do Imaculado Coração de Maria, eu fui acender uma vela, pedindo com fervor que Ela intercedesse por nós, brasileiros. Mas os boatos se mostraram vazios, apenas mentiras espalhadas boca a boca, amplificadas pelo choro de quem havia perdido.

Aquela foi a minha primeira grande decepção com um jogo de futebol. A derrota do Brasil doeu fundo, mas a lição que ficou daquele dia talvez tenha sido mais valiosa do que qualquer vitória poderia ter sido. Aprendi que, apesar das perdas e das dores, tudo passa e a vida segue em frente. Foi um aprendizado sobre resiliência, sobre como seguir adiante mesmo quando as coisas não saem como queremos.

Sandro Oliveira

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