Por Sandro Oliveira
Durante minhas visitas políticas pela zona rural, no ano de 2004, tive várias experiências engraçadas e desconcertantes. Vou contar três delas. Em uma das visitas, perguntei ao dono da casa o nome do vizinho para poder chamá-lo pelo nome quando chegasse à próxima casa. A senhora me disse que o nome do vizinho era Seu Chico, esposo de Dona Margarida.
Quando cheguei à próxima casa, gritei: Seu Chico, seu Chico! Mas quem me atendeu foi Dona Margarida, que me disse que o Seu Chico tinha 14 anos e não morava mais com ela, pois havia arrumado outra mulher e ido embora. Fiquei sem saber o que dizer.
Em outra localidade, perguntei à dona da casa como estava a família e se o esposo estava trabalhando. Para minha surpresa, ela me respondeu com lágrimas nos olhos que era viúva há cinco anos e que minha mãe havia estado no enterro do esposo dela. Fiquei sem palavras e dei os meus pêsames.
Em outra residência, perguntei se poderia deixar um "santinho" e o homem me disse que era evangélico e que não permitia imagens de santos em sua casa, apenas a Bíblia.
Essas experiências me ensinaram que as pessoas são carentes de atenção e calor humano, e que muitas vezes têm sonhos e necessidades que não são ouvidos ou atendidos. É importante ouvir e entender as pessoas para poder ajudá-las de verdade.
Muitas outras histórias engraçadas e desconcertantes aconteceram durante minhas visitas, quando fui candidato a prefeito em 2004, mas o que realmente aprendi é que as pessoas são profundamente carentes de atenção, de calor humano e de alguém que as ouça e lhes transmita esperança. Infelizmente, muitas vezes essas esperanças são roubadas por pessoas que fazem promessas vazias e irresponsáveis, iludindo o povo humilde e trabalhador.
Essa reflexão me fez perceber a importância de ser genuíno e honesto nas interações com as pessoas, e de fato, muitas vezes as pessoas mais precisam é de alguém que as ouça e as entenda. A política, em particular, pode ser um campo fértil para promessas vazias e manipulação, mas é fundamental que os líderes sejam conscientes da importância de respeitar e valorizar as pessoas que representam.
Sandro Oliveira

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