segunda-feira, 22 de abril de 2019

22 de abril - Dia do Descobrimento do Brasil

O dia 22 de abril de 1500 marcou oficialmente a chegada dos portugueses ao Brasil, e esse evento é muito conhecido como “Descobrimento do Brasil”. A chegada dos portugueses aqui foi um dos momentos mais marcantes das Grandes Navegações, realizadas por eles durante todo o século XV. A partir desse acontecimento, a presença portuguesa no Brasil foi constante, embora diminuta no início. A partir da década de 1530, medidas colonizatórias foram implantadas na América Portuguesa.

Resumo
*A chegada dos portugueses ao Brasil foi parte do processo das Grandes Navegações.

*Pedro Álvares Cabral foi o líder de uma expedição composta por 13 embarcações e cerca de 1200 homens.

*O primeiro ponto do Brasil avistado pelos portugueses foi a região do Monte Pascoal, na Bahia, no dia 22 de abril de 1500.

*A primeira missa, aqui realizada, ocorreu no dia 26 de abril de 1500, e no dia 1º de maio a expedição partiu para a Índia.

*O primeiro nome do Brasil, como consta na carta de Pero Vaz de Caminha, foi Ilha de Vera Cruz.

Contexto
A chegada dos portugueses ao Brasil foi um dos grandes momentos das Grandes Navegações, processo iniciado pelos portugueses no século XV. As Grandes Navegações são como conhecemos as expedições exploratórias organizadas pelos portugueses ao longo desse século. Isso só foi possível graças a uma série de fatores.

Primeiro, a unificação territorial. O território nacional de Portugal foi consolidado em 1249, quando o rei D. Afonso III conseguiu conquistar definitivamente Algarve (região Sul de Portugal) dos mouros. Outro fator importante foi a estabilidade política que o país experimentou a partir do final do século XIV.

Entre 1383 e 1385, aconteceu no país a Revolução de Avis, responsável por colocar João, Mestre de Avis no trono de Portugal. Com essa revolução, a dinastia Borgonha teve fim, e a nova dinastia — a de Avis — iniciou-se. Portugal experimentou uma grande estabilidade política que possibilitou ao país vivenciar um desenvolvimento comercial e tecnológico, o que incluiu o desenvolvimento náutico.

Além disso, a posição geográfica de Portugal garantia acesso fácil às correntes marítimas do Oceano Atlântico, e o desenvolvimento comercial de Lisboa tornava a cidade um centro importante. Por fim, a necessidade para encontrar uma nova rota para o Oriente — já que a usual que passava por Constantinopla havia sido fechada em 1453 — reforçou a exploração dos oceanos pelos portugueses.

Esses fatores ajudam-nos a entender por que Portugal lançou-se pioneiramente na exploração dos oceanos e por que as grandes “descobertas” do século XV foram realizadas por portugueses. A única exceção foi a expedição de Cristóvão Colombo, navegante genovês que chegou à América, em 12 de outubro de 1492, em uma expedição financiada pela Espanha (Portugal recusou-se a financiar a expedição de Colombo).

No contexto da chegada dos portugueses ao Brasil, Portugal estava desfrutando o auge do comércio de especiarias da Índia. As especiarias eram mercadorias oriundas da Ásia, como pimenta-do-reino, noz-moscada, perfumes e incenso, que, por sua raridade no mercado europeu, eram valiosíssimas.

Depois que os espanhóis chegaram à América, em 1492, as terras recém-descobertas começaram a ser disputadas por portugueses e espanhóis. Foi dessa preocupação dos portugueses em conter a expansão espanhola que saíram dois acordos: a bula Inter Caetera (1493) e o Tratado de Tordesilhas (1494). Esses dois dividiram as novas terras entre Portugal e Espanha, e o último estipulou a seguinte divisão: a 370 léguas, a Oeste, da ilha de Cabo Verde, seria passada uma linha imaginária. As terras a Oeste dessa linha seriam espanholas, e as terras a Leste dessa linha seriam portuguesas.

Expedição de Pedro Álvares Cabral
Nesse contexto de exploração das possibilidades de terra no Oeste, e de realização de comércio na Índia, é que Portugal organizou uma nova expedição. O nome escolhido para liderar essa expedição foi o de Pedro Álvares Cabral, cavaleiro da Ordem de Cristo desde 1494 (importante ordem de cavaleiros). Os historiadores não sabem ao certo por que Pedro Álvares Cabral foi escolhido para ser o líder da expedição, já que existiam outros navegadores mais experientes que ele, como Bartolomeu Dias, por exemplo.

A expedição de Pedro Álvares Cabral contava com 13 embarcações, das quais constavam-se nove naus, três caravelas e uma naveta de mantimentos. Os líderes de cada uma das embarcações eram: Pedro Álvares Cabral, Sancho Tovar, Simão de Miranda de Azevedo, Aires Gomes da Silva, Nicolau Coelho, Nuno Leitão da Cunha, Vasco de Ataíde, Bartolomeu Dias, Diogo Dias, Gaspar de Lemos, Luís Pires, Simão de Pina e Pero de Ataíde.|1|

A expedição de Cabral também contava com cerca de 1200 homens que zarparam de Lisboa no dia 9 de março de 1500. Após zarpar, a expedição de Cabral navegou diretamente para a ilha de Cabo Verde, portanto, tomou uma rota distante da costa africana. A rota usual dos portugueses no rumo da Índia era pela costa africana, mas essa rota distinta sugere que os portugueses tinham um roteiro diferente das demais expedições.

A rota da expedição de Cabral foi a seguinte|2| |3|:

9 de março: zarparam de Lisboa;

14 de março: passaram pelas Ilhas Canárias;

22 de março: passaram por Cabo Verde;

23 de março: desaparecimento da nau de Vasco Ataíde;

29 e 30 de março: adentraram a região de calmaria na zona equatorial;

10 de abril: passaram a cerca de 210 milhas de Fernando de Noronha;

18 de abril: estavam próximos da Baía de Todos os Santos;

21 de abril: avistaram sinais de aproximação com terra;

22 de abril: avistaram o Monte Pascoal.


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