Nos últimos dias, um tema ganhou grandes proporções nas redes sociais: direito de todo cidadão brasileiro poder andar armado. As motivações para isso são muitas e conhecidas: acabar com a escalada de violência, dar resposta aos desafios que enfrentamos na segurança pública, rever o Estatuto do Desarmamento, aprovado em 2018, o comércio de armas caiu 90% no país.
DADOS divulgados pelo Ministério da Justiça revelam que 91% dos homicídios registrados no país são cometidos com armas de fogo. Outro dado assustador: 96% das pessoas armadas, ao reagirem a assaltos, são assassinadas. Somente no ano passado, aproximadamente, 200 mil armas foram furtadas e hoje essas armas servem a bandidos. Muitos acreditam que possuir uma arma é o melhor caminho para se defender. Mas é uma falsa sensação.
NOS ESTADOS Unidos, onde é fácil a aquisição e o porte de armas, temos repetidos massacres de civis e um grande número de suicídios (600 mil desde 2000; entre eles, 20 mil menores de idade; 50% foram cometidos com armas de fogo). No Brasil, as armas matam uma pessoa a cada 14 minutos. O que assusta é saber que são os jovens as maiores vítimas da violência. As armas de fogo causam mais de 200 milhões anuais de prejuízos ao SUS.
O PAPA FRANCISCO fez a seguinte declaração: “É uma absurda contradição falar de paz, negociar a paz, e ao mesmo tempo promover ou permitir o comércio de armas, para que se enriqueçam os comerciantes da morte. Acabemos com essa situação. Rezemos todos juntos pelos responsáveis das nações e vamos por um fim ao comércio de armas que causam tantas vítimas inocentes”. Disseminar armas entre os cidadãos, não somente, não diminuirá a violência como, ao contrário, ainda mais a agravará As empresas fabricantes de armas é que ganharão com essas medidas.
JESUS disse ao Apóstolo Pedro no Horto das Oliveiras: “Guarda a tua espada (a tua arma), pois todos os que usam a espada, pela espada morrerão”.(Jo. 18, 11). Portanto, é melhor optar pelo desarmamento dos espíritos, dos corações e das mãos. É necessário que se eduque a população na busca de uma cultura de paz e justiça. Por isso, as famílias, as Igrejas, as escolas, os movimentos sociais devem semear somente o respeito pelo ser humano e não a violência. Jesus nos ensina, “bem-aventurados os que promovem a paz porque serão chamados filhos de Deus”(Mt 5,9).
Dom Itamar Vian (Arcebispo Emérito Arquidiocese de Feira de Santana)
Fonte: acordacidade.com.br
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