Por Sandro Oliveira
Na minha infância, eu acreditava que o Papa era um ser
celestial, especialmente escolhido por Deus para liderar a mais antiga
instituição humana, a “Igreja Católica”. Para mim, ele era um santo com corpo e
alma. No entanto, à medida que fui aprendendo mais sobre a doutrina católica,
descobri que o Papa é escolhido em um encontro dos Cardeais de todo o mundo,
conhecido como “Conclave”. Essa descoberta me deixou um pouco desapontado, pois
eu tinha visto o Papa como um mensageiro divino. Creio que muitas crianças
ainda têm essa mesma visão, o que pode ser algo positivo para elas.
Anos depois, percebi que o Papa é, de fato, uma pessoa escolhida por Deus. Essa compreensão surgiu a partir da figura de João Paulo II, um homem designado pelo Espírito Santo para liderar a Igreja Católica na terra. Foi por meio dele que recordei as palavras de Jesus Cristo dirigidas a Pedro: “E tu... fortalece teus irmãos” (Lc 22,32) e “tu és Pedro, e sobre esta rocha edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18). Durante sua primeira visita ao Brasil, João Paulo II recebeu de nós, brasileiros, o título de João de Deus. E realmente ele encarnava essa imagem de homem de Deus.
ELE atendeu ao chamado de Cristo ao percorrer diversos países, promovendo a paz e o amor, independentemente das crenças e religiões locais, trazendo consolo aos seus semelhantes e lutando pela justiça. Foi um grande servo de Deus, sempre defendendo a vida e a dignidade humana até o fim de seus dias. Em 2 de abril de 2005, perdemos um dos Papas mais admirados da história. Ele partiu sem deixar bens materiais, em uma comovente demonstração de compromisso com o voto de pobreza. Sua morte provocou lágrimas, não apenas em mim, mas no mundo todo, incluindo muitos que não eram católicos.
No último domingo de abril de 2014, João Paulo II e João 23 foram canonizados na Praça de São Pedro, no Vaticano, diante de uma imensa multidão. Os sentimentos predominantes foram de alegria. Agradecemos a Cristo pela fundação sólida que eles representam para a Igreja durante seus papados. Que eles intercedam a Deus pelo Papa Francisco em sua missão de propagar o evangelho pelo mundo.
JOÃO PAULO II, um servo de Deus. Um fervoroso devoto de Jesus Cristo. Um discípulo de Maria. Um Santo. Que sua bênção esteja conosco! Amém.
Sandro
Oliveira
O que é canonização
1. O que é?
É
o ato pelo qual a Igreja Católica Apostólica Romana declara que uma pessoa
morta é um santo, inscrevendo-a no cânon, ou lista, dos santos reconhecidos. O
ato de canonização é exclusividade do Vaticano – ou seja, a coisa é decidida
pelo mais alto escalão do clero e ratificada pelo próprio papa.
2. Quando surgiu o
primeiro santo?
Nos
primórdios da Igreja, não havia um processo formal de reconhecimento dos
santos. Isso porque os primeiros mártires cristãos, como Pedro (apóstolo de
Jesus e o primeiro papa), já eram cultuados popularmente. O primeiro santo
canonizado por um papa foi Ulrich, bispo de Augsburg, que foi declarado santo
pelo papa João 15, no ano de 993.
3. Como funciona o
processo atual?
Tudo
começa com a investigação do candidato pelo bispo da diocese em que ele viveu,
onde é reunido o material referente à sua suposta santidade, como seus escritos
e relatos dos milagres. O bispo aponta então um promotor da causa, para
defender o candidato, e um “promotor da fé”, para checar e contrapor os
argumentos. Daí são necessários que pelo menos dois milagres autênticos sejam
comprovados para que o papa canonize o candidato.

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