Por Sandro Oliveira
QUANDO fiz o cursilho, em 1998, experimentei um momento de virada muito importante na minha vida, pois costumo dizer que divido em antes e depois dessa vivência maravilhosa. Não que eu fosse uma pessoa sem fé ou afastada da igreja, mas mudei a maneira de ver o mundo, de pensar o cristianismo, de ver além do que os padres falavam nas homilias dominicais. Tudo isso, além, claro, dos momentos emotivos e de espiritualidade que envolvem aqueles que participam do encontro, e das amizades que construímos nesse período.
ALÉM das palestras, que no cursilho chamamos de mensagens, e dos momentos de espiritualidade, me identifiquei muito com o esforço do movimento em formar lideranças cristãs, e esse tem sido o meu objetivo dentro do Movimento de Cursilhos de Cristandade (MCC). Um movimento eclesial que forma lideranças para a igreja católica. Lideranças visando evangelizar nos mais diversos ambientes da sociedade, pois esse é o seu principal carisma: Evangelizar Ambientes, mesmo que alguns ainda não encarnem esse carisma no dia a dia. Mas esse é um assunto para outra hora, pois agora quero falar da Capela do Cursilho.
QUANDO fiz o cursilho, o espaço era outro. O cursilho era realizado na Casa do Papagaio “Paz e Bem” - a casa do cursilho, que teve sua construção iniciada pela Diocese e concluída a montagem da mesma pelos cursilhistas de Feira de Santana no ano de 1970. Eu tinha essa casa antiga como um lugar sagrado. Tudo nela, para mim, exalava espiritualidade e paz. A Capela é meu local predileto.
UMA capela simples, sem luxo, pela qual eu tinha um sentimento de pertencimento. Aquele lugar me transmitia uma espiritualidade bem familiar, pois eu o tinha como se fosse meu, e foi esse um dos motivos que me deixaram triste quando tivemos que sair da casa antiga para o Centro de Formação Dom Itamar Vian, um excelente espaço, onde realizamos os nossos cursilhos de 2019 para cá. Quando chegamos ao novo local para realizarmos um cursilho, não gostei da capela, achei muito grande, desagradável.
MAS foi então que minha filha Marcelle, que tinha feito o cursilho na casa antiga em 2015, me disse que a Capela nova era muito linda, após trabalhar no cursilho em 2019. Eu perguntei: “Por que você acha linda?” E ela respondeu: “Porque daqui de dentro a gente vê o céu!”. E não é que a gente vê o céu mesmo! Isso porque a arquitetura da capela faz com que, ao olharmos para o altar, vejamos o céu no alto.
IMPRESSIONANTE, como eu não me atentei para aquele importante detalhe. Talvez tenha sido o apego emocional à capela antiga, e isso me impossibilitava de ver o novo. É natural sentir saudades de coisas e lugares passados, especialmente aqueles que tiveram significado profundo em nossas vidas. Mas devemos nos abrir para o novo. Depois que minha filha me mostrou o “Céu” da Capela nova, agora eu a considero uma das mais lindas, um lugar abençoado, de fé e reflexão, além de ser muito elegante.
É ISSO AÍ, cursilhistas de ontem e de hoje, dividam a vida, compartilhem sentimentos, vivam intensamente e façam o bem. É isso que tento passar para as minhas duas filhas e para aqueles que fazem o cursilho. Compaixão, solidariedade, justiça e amor ao próximo devem ser partilhados, independentemente de raça, de religião, do status social, da opinião política. Enxergar o lado bom das coisas deve ser uma escolha para fazermos todos os dias ao levantarmos para uma nova experiência nesta maravilhosa aventura que é a vida.
“Senhor, que eu veja” (Lc 18, 35-43)
Cante: Viva a vida! Faz o mundo ficar mais bonito no seu coração.
Sandro Oliveira
Membro do Cursilho