sábado, 3 de junho de 2023

Quem sou eu?

Por Sandro Oliveira

Hoje, 03 de junho, estou completando 54 anos de vida, e ainda não sei responder à pergunta que dá título a este texto: Quem sou eu?

Essa pergunta me persegue desde que eu me conheço como gente. Às vezes, eu pergunto às pessoas que me rodeiam o que elas acham de mim. Peço para que respondam com sinceridade, mesmo que seja com palavras que eu não queira ouvir, mas que sejam verdadeiras.

Certa vez, perguntei à minha filha Marcelle: "O que você acha de mim, como pessoa e como pai?" Ela respondeu: "Pai, você é amigo, brincalhão, atencioso, responsável, às vezes chato e metido, mas é legal... Para mim, você é o melhor pai do mundo." 

Fiquei surpreso ao ouvir que sou "chato" e "metido". Pense numa coisa que me deixa danado da vida, é saber que alguém diz ou pensa que eu sou metido. Mas pedi que ela fosse sincera e ela não hesitou em dizer a verdade.

Essa pergunta me acompanha há anos, desde que participei de um retiro espiritual há 25 anos, onde recebi um papel com a mesma pergunta: "Quem sou eu?" Fiquei acordado a noite toda procurando respostas, mas até hoje não encontrei uma definição clara.

Refletindo sobre as palavras da minha filha, percebo que sou uma mistura de tudo o que ela disse. O que me alegra é quando as pessoas me conhecem melhor e descobrem que não sou apenas a imagem que projetei inicialmente. “Eu costumava pensar que você era metido, chato e muito certinho, mas depois que o conheci melhor, percebi que você não é nada disso. Você é, na verdade, uma pessoa muito legal”. Pois é, a simplicidade e a humildade vêm de dentro, não da aparência.

A forma como nos vestimos não define nossa personalidade ou caráter. A verdadeira humildade e responsabilidade vêm de dentro do ser humano, e não têm nada a ver com a roupa que usamos.

Pessoalmente, sempre gostei de me vestir bem, desde pequeno. Não é para chamar a atenção, mas sim porque me sinto bem e confortável comigo mesmo. É importante para mim estar vestido de uma forma que me faça sentir confiante e autêntico.

Acho que o mais importante não é a condição social ou a aparência externa, mas sim estar bem consigo mesmo. Quando nos sentimos bem e confortáveis em nossa própria pele, isso se reflete em todas as áreas da vida. É fundamental priorizar a autoconfiança e a autenticidade, em vez de tentar impressionar os outros.

Afinal, quem sou eu? 
Deus é quem sabe!

O que eu quero dizer mesmo tudo, sobre mim: o meu comportamento, a minha personalidade, as minhas maneiras; cada centímetro de mim, da cabeça aos pés, dos pés à cabeça, é objeto de mexericos e debates. São-me constantemente lançadas palavras duras e gritos, embora eu não esteja habituada a isso. Segundo as autoridades definidas, eu devia sorrir e aguentar. (Anne Frank)*

Sandro Oliveira
Membro do Cursilho de Cristandade 

* Anne Frank foi uma adolescente alemã de origem judaica, vítima do Holocausto, que morreu aos quinze anos de idade num campo de concentração.

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