Sobre a decisão que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na quarta-feira (27), por 6 votos a 5, que o ensino religioso nas escolas públicas pode ter natureza confessional, isto é, que as aulas podem seguir os ensinamentos de uma religião específica, gostaria de dar a minha opinião.
Sou católico praticante e bastante ativo nos movimentos e pastorais da Igreja. No entanto, quando se fala de ensino religioso em escola pública, eu sou contra. Digo por experiência que convivi no passado quando estudei no Colégio Manoel Novais em Coração de Maria, e via uma colega de sala sair para não assistir a aula de religião, que na época era ensinada por uma freira católica, e essa aluna por pertencer a outra religião, saia da sala. Percebia entre nós adolescentes de 13 e 14 anos, na época, uma discriminação por ela não ser católica, e com isso a menina sentia vergonha com o nosso olhar reprovador.
Pois bem, quando se discute ensino religioso, estamos falando de escolas públicas. Às escolas particulares, por exemplo, escolas católicas, evangélicas, espíritas, a Lei brasileira permite ter Ensino Religioso como disciplina, desde que enfocando alguns conteúdos, como diversidade, cidadania, e a noção de religião como fenômeno cultural. Já uma escola pública, na minha opinião, não pode privilegiar alguma religião em seu currículo, assim diz a Lei.
O Estado é e deve ser laico, devendo dar toda a liberdade para que o indivíduo escolha a religião que quer seguir. Não deve impedir a manifestação religiosa, mas também não deve permitir que sua estrutura seja utilizada para difundir qualquer religião que seja. Claro, que numa escola particular, onde os pais escolhem colocar os seus filhos, não há nenhum problema em ter um determinado conteúdo religioso, isto é uma opção dos pais.
Penso que não se pode transferir a responsabilidade espiritual e instrução religiosa sobre os filhos para a Escola, essa responsabilidade é dos pais, da família. Os pais devem ser o primeiro exemplo de oração, de santidade, de caráter, de submissão a Deus. Essa é a minha simples e humilde opinião, não me ofenderei com opiniões opostas.
Sandro Oliveira
Membro do Movimento de Cursilho de Cristandade
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