EU gosto muito das canções do Padre Zezinho. Uma delas me chamou a atenção para que eu desse a introdução este a artigo. O título da música é: “De lá do interior”, diz assim:
Eu vim de lá do interior / Aonde a religião ainda é importante / Lá se alguém passa em frente da Matriz / Se benze e pensa em Deus / e não sente vergonha de ter fé...
OUVINDO essa música senti um pouco de saudade dos bons tempos em que podíamos andar pelas ruas da minha cidade até tarde da noite e ter a certeza de que nada de mal poderia nos acontecer. Hoje já não temos mais essa certeza. A nossa sociedade está sofrendo com a inversão de valores, por exemplo: Quem vai à missa é pacato; quem procura ser sincero é otário; quem não usa drogas é careta; quem não mente, não vai a lugar algum... essas são algumas inversões de valores que a sociedade quer nos impor, e se não tomarmos cuidado, começaremos a pensar que eles estão certos.
EU AINDA sou e vou continuar sendo aquele que passa em frente da Matriz, que se benze, pensa em Deus e não sinto vergonha da minha fé. E ainda continuarei ensinando as minhas filhas esse belo costume. É melhor ensinar ao filho a fazer o Sinal da Cruz do que deixá-lo a mercê dessa sociedade injusta e cruel.
OUTRO dia aconteceu um assassinato de um jovem na rua em que vivi a minha infância e adolescência. É triste, mas os nossos jovens estão se matando. Hoje, não está sendo os filhos que estão enterrando os seus pais, e sim os pais que estão enterrando os seus filhos, mais uma inversão não de valores, mas da natureza humana. Hoje, os nossos jovens não saem mais para “paquerar”, mas para se matar.
SERÁ que Deus quer que uma pessoa morra de mortes tão trágicas como essas, em que as pessoas tiram a vida de outras? Claro que não. Deus não gosta de violência, Deus quer vida, e vida em abundância (Jo 10,10). Muitas pessoas morrem não porque Deus quer, mas porque está faltando amor entre nós. Precisamos acordar para essa triste realidade. A falta de amor, as drogas, tem levado os nossos jovens não para a Igreja, mas para as cadeias ou para o cemitério. Não gostaria de dizer isso, mas é verdade. Alguns jovens e adolescentes do interior não estão mais se benzendo em frente da Matriz, não estão se ajoelhando para rezar.
POR ISSO, é que devemos rezar mais e fazer algo pelos nossos jovens e adolescentes, clamar a Deus pela vida dos marginalizados, que se libertem das drogas para que possam ter a oportunidade de encontrar Jesus e terem suas vidas transformadas para que as nossas famílias sejam mais felizes.
Sandro Oliveira
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