Com a criação do Sistema Integrado de Gestão de Aparelhos (Siga), que vai permitir o bloqueio no Brasil de aparelhos, como celulares e tablets, piratas ou mesmo originais, que não possuem certificação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as vendas no Feiraguay, entreposto comercial que vende diversos produtos eletrônicos, já apresentam uma queda, segundo informou alguns comerciantes locais.
O sistema começou a funcionar na segunda-feira (17), porém os eletrônicos vão continuar a funcionar normalmente pelo menos até setembro, quando as desativações devem efetivamente começar.
O comerciante Rodrigo Sodré disse que não vende aparelhos piratas, mas que muitos comerciantes já reclamam que as vendas caíram em torno de 50%. Ele afirmou que vende aparelhos originais comprados no Paraguai e demonstrou preocupação sobre como ficará o funcionamento desses eletrônicos.
“A questão de a Anatel inviabilizar o uso desses aparelhos para os brasileiros, acho uma atitude irresponsável, até mesmo porque muitos são originais. Muitos deles são comprados nos Estados Unidos e fica a questão: serão bloqueados apenas os aparelhos falsificados, ou também os originais? Os aparelhos dos Estados Unidos são os mesmos originais que vendem no Paraguai e nós estamos sem saber o que vai acontecer de fato”, afirmou.
Com relação aos aparelhos ‘xingue-lingues’, que são os piratas, Rodrigo considera que são uma opção para pessoas de baixa renda, já que, segundo ele, os valores dos celulares originais com mais recursos são muito altos. “Eu vejo como uma forma alternativa das pessoas terem um aparelho mais sofisticado”, disse.
O comerciante Adriano Mamona tem a mesma preocupação que Rodrigo sobre o funcionamento dos celulares originais comprados em outros países. “Tem muitas pessoas que adquirem esses produtos legalmente e elas têm direito. Eu não sei como ficará essa situação. Essas pessoas vão ficar no prejuízo?”, questionou.
Adriano também afirma que após o anúncio as vendas diminuíram. Ele disse que os comerciantes não podem fazer nada, já que não podem vender aparelhos que não funcionam. “As pessoas ficam apreensivas para adquirir esses aparelhos. Eu não sei qual seria a estratégia, pois não vejo como fazer as vendas voltarem ao normal com essas notícias”, afirmou.
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