Por Sandro Oliveira
Feliz Natal! Essa foi, sem dúvida, a frase mais repetida nos últimos dias. Pena que nem todos puderam viver um Natal feliz. Por vários motivos, principalmente nossos irmãos baianos, que por problemas climáticos passaram a noite de Natal e ainda estão enfrentando uma situação de calamidade por causa das fortes chuvas que assolam a região, provocando enchentes e deixando gente desabrigada. A eles, minha solidariedade, e espero que todos nós possamos ajudar.
Para alguns, o Natal é momento de dar e receber presentes, mandar mensagens pelas redes sociais, cumprimentar amigos em encontros mais sentimentais do que profundos. Para o comércio, é um dia como uma oportunidade econômica – ocasião ideal para consumir. Por outro lado, muitos veem o Natal como um dia qualquer, não porque gostariam que fosse assim, mas principalmente pelos problemas sociais que afligem o país. Onde não se vê oportunidade nem perspectiva de uma vida melhor, pra viver com dignidade.
Se de um lado falta o pão, do outro há acumulação. Se de um lado há quem passe fome, do outro há quem morra de indigestão. Se de um lado há os pobres, do outro há quem queira levar vantagem em tudo. Se de um lado morrem pessoas afogadas nas enchentes, do outro há quem não tenha um pingo de compaixão pelos desabrigados que clamam por ajuda.
Quantas pessoas passaram o Natal com uma ceia cheia de comidas sofisticadas, e quantas outras não tiveram nem um grão de feijão pra se alimentar e se manter com dignidade? Quantas pessoas estavam na comilança e não estavam nem ligando para as que precisam de ajuda pra ter o pão de cada dia? Sem emprego, e os que estão empregados sentem-se inseguros porque vivem ameaçados de perder o trabalho a qualquer momento.
Parece que há pouco pão pra repartir e muita gente pra saciar. Mas é só aparência. Porque, se fosse repartido com justiça, o pão não faltaria pra ninguém. O Brasil tem cerca de 40 milhões de pessoas vivendo na miséria. Enquanto isso, o governo federal faz de tudo pra não ajudar – e, por outro lado, aumenta a renda dos mais ricos com orçamentos secretos, que deveriam ser públicos e bem aplicados. É uma vergonha e uma tristeza o que estamos vivendo.
O Natal só será feliz quando tivermos capacidade, disponibilidade e amor de ajudar o próximo nas suas dificuldades – não só no período natalino com aquela famosa cesta básica de alimentos, uma velha conhecida da política de assistencialismo entregue como se fosse esmola, e usada como moeda de troca por políticos e até religiosos. O Natal só poderá ser feliz quando nos livrarmos dessa praga.
Feliz Natal? Pra quem?
Sandro Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário