Por Thalita Queiroz
Era manhã. Eu e Vitória estávamos indo pro Capão, região da Chapada Diamantina, e havíamos chegado no município de Palmeiras depois de um imprevisto no roteiro que causou um pouquinho de desgaste emocional.
Desembarcamos, pedimos uma informação, andamos uns 10 passos... eis que a mágica acontece: “Vitória, Vitória, olha pra cá!” Tinha vida na janela. Ela vestia um vestido florido, tinha uma toalha descansando nos ombros e um pente em uma das mãos. Havia acabado de tomar banho. Confidenciou a Vitória que foi pedir autorização para fotografá-la. Ela se espantou delicada e graciosamente com o pedido, fez que sim, guardou a toalha, guardou o pente e posou pra foto. Virei pro outro lado pra segurar o choro, mas não foi possível. Ele veio sem hesitação.
Aquele choro que a gente chora quando encontra vida, viva, assim na beirada da janela, de cabelo branco, tomada banho... D. Jacira não sabe, mas injetou em mim, naquela manhã de sol, uma dose de humanidade nova.
Vitória se despediu
dela e seguimos viagem em busca de encontrar, talvez... quem sabe... mais
vida... assim... Viva!
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