sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Roupa branca, arruda na orelha, pé de coelho, comer lentilha... Qual a sua superstição?

Um aspecto que se destaca nas celebrações de fim de ano são as crenças populares que cercam a transição de um ano para o seguinte. Já escutei pessoas comentando sobre vestir roupas brancas, usar um ramo de arruda na orelha, lançar flores ao mar, entre outras tradições.

De nada valerá essa aparência se, por trás da calça e da camisa brancas, houver um coração repleto de ódio, rancor e ressentimento. Jesus nos alerta sobre essa questão: "Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, pois sois como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro" (Mat 23, 27-28).

O ano novo chegará, independentemente de termos ou não um galho de arruda, ou de vestirmos roupas brancas. O curioso é que, na prática, as coisas permanecerão inalteradas. Continuaremos com os mesmos amigos, alguns novos, o mesmo trabalho, outros diferentes, infelizmente, ainda haverá quem esteja sem emprego, e muitos continuarão com suas dívidas. Seremos as mesmas pessoas que éramos no ano anterior. A principal mudança será que teremos, não um mês, mas doze meses pela frente para transformar diversas situações que ainda não estão alinhadas com os propósitos de Deus.

Neste cenário, faço um convite a todos para uma reflexão significativa: como está a nossa convivência familiar? Estamos praticando o diálogo, a harmonia, o amor e o respeito? Como foi a dinâmica da nossa família ao longo deste ano que se encerra?

Acompanho episódios de agressões entre irmãos, de pais agredindo filhos e outras situações que contradizem os princípios cristãos. Será que em nossas próprias famílias ocorrem experiências parecidas? O que realmente acontece em nosso núcleo familiar? Convivemos harmoniosamente com as demais famílias? Precisamos buscar respostas para essas questões, comunicando-nos de forma sincera e afetuosa com nossos familiares.

Devemos valorizar a nossa família, mas é importante não negligenciar as demais. A Sagrada Família não se mantinha reclusa; um exemplo disso é o episódio das bodas de Caná (Jo 2, 1-12), onde Maria solicitou a Jesus que assistisse aquele casal amigo no momento em que necessitavam de ajuda. Esse ato demonstra que devemos sempre buscar a conexão com todas as famílias.

Retornando ao tema das vestimentas brancas, é imprescindível que nos vistamos de branco interiormente, nutrindo um coração repleto de amor, paz e esperança; o restante é meramente superstição. Convido todos a, neste ano novo, realizarmos uma oração em família e por todas as famílias, além de tomarmos atitudes que beneficiem a nossa e as demais famílias.

Sandro Oliveira
Membro do Movimento de Cursilhos 

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