OUTRO
dia recebi um e-mail que dizia assim: “Você tem consciência que, se morrêssemos
amanhã, a firma onde trabalhamos nos substituiria rapidamente? Mas a família
que deixamos para trás, sentirá a nossa falta para o resto das suas vidas?
Pensando nisto, já que perdemos mais tempo com o trabalho do que com a família,
parece um investimento muito pouco sensato, não acha?”.
–
Pois bem, achei interessante e resolvi fazer esse artigo.
NO
dia de finados costumamos ver pessoas que há muito tempo não víamos, (não é o
finado, mas os que estão vivos). Pessoas que foram embora e vieram neste dia
para acender uma vela na sepultura do seu ente querido. Cheguei à conclusão que
por mais sofrível que possa parecer, a morte aproxima as famílias.
SENÃO
vejamos, é nos velórios que muitas famílias se reencontram. Veja como é
interessante – a família vai procurando melhorar de vida e vai cada um para
lugares diferentes e às vezes distantes. Ficam anos e anos sem visitar ou
telefonar para os parentes, não dá nem um sinal de vida. Conhecem novas pessoas
que acabam preenchendo o lugar dos familiares. Os anos passam e caem no
esquecimento. Mas aí chega o dia em que alguém da família morre. Aí começa
aquela agonia para ligar para os parentes que moram distantes. E aqueles que foram
embora e nunca mais deram notícia, quando conseguem falar com eles para dá a
notícia do acontecido, a resposta é a seguinte: “Esperem eu chegar, só enterrem
o corpo quando nós chegarmos”.
VEJAM
como o ser humano se comporta. Leva anos e anos sem se preocupar com a família,
e quando morre um ente querido, Ele
deixa tudo e vem para o sepultamento. Até aí normal. Mas aí “os convidados do
enterro” tem que esperar esse parente que vem de longe para ver o seu pai, ou
sua mãe ou um irmão, morto num caixão. Alem disso, manda avisar que só pode enterrar
quando ele chegar.
AÍ,
DEPOIS de muito tempo, quase 3 horas depois do horário combinado para o
enterro, o cidadão chega ao velório. Chega sério, de óculos escuros, cumprimenta
alguns presentes apenas com a cabeça. E tem ares de quem carrega as dores da
perda, depois parte em direção ao local onde está o falecido. Após alguns
segundos em silêncio ao lado do corpo, suspira profundamente e segue indo até
os parentes e os amigos para receber o tradicional “meus sentimentos”.
ENQUANTO
isso, os vizinhos e amigos estão lá fora conversando, aquela conversa de
velório, as mesmas. Algumas dizem assim: “Parece que está dormindo; Ôôô morreu
tão novo; era uma pessoa tão boa, cuidava bem dos filhos, do esposo(a), não
saía da Igreja...”
OLHA
meu querido leitor, talvez você esteja rindo ao fazer essa leitura, e
concordando comigo, mas é assim mesmo. Depois, a gente ver o mesmo, que veio de
viagem, sair sorrindo todo feliz, óculos escuros – quando é mulher coloca os
óculos na meia altura da cabeça e entre os cabelos – quando é homem vai logo
conversando sobre futebol, carro, conta piada... E riem como se nada tivesse
acontecido. O finado(a) foi esquecido. Não era lembrado quando estava
vivo. Agora é que vai ser esquecido mesmo, se tiver herança, vai ser lembrando
por mais uns dias.
FINALIZO esse texto nesse dia de Finados, pedindo
para que você faça a sua reflexão: Como estou vivendo com a minha família?
Tenho tempo para ela? Preocupo-me com os meus familiares? O que tenho feito
para viver melhor com a minha família? Ou só me lembro dela no dia que morre
alguém? Reflitam.
Sandro Oliveira
Membro do Movimento de Cursilhos
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