quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Foi Verdade

Por Sandro Oliveira

Caros amigos,
 
Quando falaram do Cursilho, não havia exagero. Encontrei uma piscina cujas águas cristalinas jorram diretamente do peito aberto de Jesus. Ela está em todo lugar — no silêncio do quarto, na comunhão do refeitório, na intensidade da sala de mensagens, no sussurro do corredor, na contemplação da capela. Aquela casa é um pedaço de céu palpável. Mergulhei nessa piscina e me vi num mar de Graças, sendo levado pelas ondas do amor até o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É um afogar-se de encontro ao divino, um perder-se para se encontrar pleno.

E o campo de futebol? É idêntico ao que vocês descreveram. O time tem dois craques: você e Jesus Cristo. E Ele, numa surpreendente coincidência, também assume o papel de juiz — decretando um pênalti a seu favor. A marca da penalidade está a apenas 1 metro da trave gigantesca — 100 metros de largura por 20 de altura. E o mais extraordinário: não há goleiro para defender. Tudo depende de você: basta chutar, fazer o gol e correr para os braços estendidos de Jesus. Não é o gol que se celebra ali — é a alegria, é a felicidade de estar com Ele.

Posso garantir, tudo foi verdade.

Vivi o Cursilho em agosto de 1998. Posso garantir, tudo foi verdade. 

Sandro Oliveira 
Texto feito em 10/09/1998

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Política e Fé: Compromisso cristão com a sociedad

Por Sandro Oliveira

Há quatro anos, eu fui candidato a prefeito. E percebi uma coisa: quando se falava em política, muita gente "torcia" o nariz. Nos grupos religiosos da Igreja, muitos cristãos usam mil pretextos pra dizer que política não presta, pra se livrar do assunto. Com isso, ficam livres da responsabilidade do voto e votam sem o menor cuidado. Alguns não querem saber de política porque dizem que divide a comunidade. 

Os católicos que usam esses argumentos pra escapar da realidade política têm uma parcela de culpa nas corrupções da nossa política. Por causa desse voto descompromissado, irresponsável, políticos desonestos conseguem os mandatos. A omissão dos católicos vai ajudar os desonestos a oprimir o povo. Cristão que age assim não pode alegar ignorância pra justificar esse comportamento leviano. Política não é fácil, é complexa. Então, temos que vencer a preguiça mental que leva à omissão e justifica o descumprimento de um mandamento de Deus: lutar pela justiça em prol de todos.

Podemos buscar conhecimento político na própria Igreja. Isso mesmo, na Igreja. Nos grupos, nos movimentos, nas pastorais. Nesses grupos e movimentos existem os Círculos Bíblicos, onde a gente discute a leitura bíblica, reza junto, traz a realidade daqueles tempos pra cá, e vê que não mudou muita coisa – continua a mesma exploração. 

Quantos Pilatos ainda existem hoje? Quantos lavam as mãos quando veem um pobre passando fome, desempregado? O que me incentivou na política foi justamente esses Círculos bíblicos, principalmente o Movimento de Cursilhos. Lá eu conheci os documentos da Igreja, tipo Puebla (Conferência dos Bispos da América Latina em 1979). É um documento a favor dos pobres da América Latina, que ensina a gente a ser líder cristão comprometido com a família e a sociedade. Abre os olhos pra realidade que tá aí, mesmo quando a gente insiste em não querer ver.

Sandro Oliveira
Membro do Cursilhos de Cristandade

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Eles estão de volta

Ano de eleição? Preste atenção: “eles estão de volta” com seus velhos slogans: “gente da minha terra”, “meu povo”, “minha comunidade”, “meus irmãos”, entre outros. Com discursos repletos de demagogia (alguns até se emocionam), esses oradores manipulam os sentimentos do eleitor menos favorecido. Distribuem brindes, dinheiro, e favores por toda parte.

Para iludir o eleitor, chegam a alterar seus discursos, mas, desculpem-me, são os mesmos lobos camuflados de ovelhas entre o povo. Como diz um conhecido provérbio: “as moscas mudam, mas o lixo permanece”, por isso é fundamental que o eleitor esteja atento e escolha com consciência.

Tomemos como exemplo: um partido apoia o candidato de outro partido, que por sua vez apoia um terceiro, porque o governo atual não é aliado do presidente, e assim por diante. Ficou claro? Ou ao contrário, ficou confuso? Mas essa é a estratégia dos políticos: confundir e tornar tudo nebuloso para o eleitor; eles trocam de partidos como se estivessem trocando de vestuário.

Isso não significa que todos os partidos sejam iguais; existem diferenças entre eles, tanto na origem quanto na estrutura e nas abordagens. Portanto, o voto vai além de uma obrigação cívica; é um direito nosso, enquanto cidadãos. Precisamos escolher candidatos que se comprometam, não com um pequeno grupo de amigos, mas com a sociedade como um todo.

Sandro Oliveira
Membro da Pastoral Familiar

terça-feira, 1 de julho de 2008

Construindo Relações Fortes: Contra as Drogas

Estava estampado nos jornais de todo o Brasil: um menino de 11 anos foi acorrentado pelos próprios pais pra evitar que ele fugisse de casa pra comprar e consumir crack. Olha, se existem coisas que nos chocam, é saber de fatos como esse e pensar que é só o que veio a público. Quantos outros casos estão acontecendo, principalmente aqui no nosso município, onde as drogas estão acabando com os nossos jovens.

O que fazer quando se descobre que alguém da família tá envolvido com drogas? Não são poucas as famílias que hoje tão impotentes diante dessa pergunta. Que "a droga é uma droga" não tenho dúvida, nem os que se tornaram escravos dela. Quantos gostariam de sair disso e não conseguem? Quantas pessoas atormentadas, quantas crianças e jovens enveredam pelo vício por um caminho muitas vezes sem volta. E ainda mais num mundo em que os tráfico ganham milhões e milhões.

Quando se sabe que pais fazem coisas como essa citada acima, dá pra imaginar o estado em que eles tão, a dor que eles sentem, o amor que faz eles agir desse jeito. Quantos pais vão na polícia pedir pra "prenderem" os filhos, porque já não sabem mais o que fazer com eles. O que é oferecido como solução ainda é muito fraco. As providências não alcançam uma boa parte. Faltam clínicas especializadas pra que os pobres tenham acesso e sejam tratados. Nas maiores, onde o tratamento é pago, são poucos que podem pagar.

É preciso que os pais se informem sobre isso, discutam sem preconceito ou falso moralismo e construam, desde criança, um espaço de respeito e de interesse pelos filhos – medidas pra impedir que a droga vire uma tragédia capaz de destruir uma família. É preciso que os pais saibam que a melhor prevenção tá no jeito como a gente educa os filhos. Ensinar que buscar prazer a qualquer preço é viver errado. Ensinar o caminho do bem e do amor.

Sandro Oliveira
Membro da Pastoral Familiar 

terça-feira, 10 de junho de 2008

Valeu, Padre João!

Há acontecimentos que ocorrem além do nosso controle. Contudo, quando temos uma missão a cumprir, é fundamental aceitá-la, pois isso faz parte dos planos de Deus. Durante quatro anos e seis meses, tivemos a honra de contar com a presença do Pe. João em nossa comunidade, e por isso somos imensamente gratos. Ele nos acompanhou em algumas de nossas maiores conquistas, como a realização do Encontro de Casais com Cristo em nossa paróquia, o que trouxe muita alegria aos que valorizam a família. 

Com seu carisma, ele nos aproximou mais de Deus e da Sagrada Eucaristia, ensinando-nos a participar de cada Missa como se fosse a primeira ou a última de nossas vidas. Deus coloca pessoas ao nosso redor que desempenham papéis angelicais, guiando-nos pelo caminho certo. Através de sua espiritualidade, Pe. João foi um verdadeiro anjo, trazendo conforto e luz aos nossos corações feridos e fragilizados. Seu jeito simples, humilde e atencioso lembra o Bom Pastor que procura resgatar suas “ovelhas” dispersas. Sua forma de ser e agir tem a capacidade de unir as pessoas, fazendo-nos sentir como iguais e irmãos.

Nossa comunidade percebe que um de seus integrantes não está mais fisicamente presente, mas permanecemos unidos em espírito. Mesmo à distância, sempre seremos um só. As pessoas que cruzam nossos caminhos deixam marcas indeléveis em nossas vidas. Tenha a certeza de que sua luz nunca se extinguirá. O livro do Eclesiástico, 6, 14-16, nos ensina que um amigo fiel é uma proteção poderosa, e quem o encontrar descobrirá um verdadeiro tesouro. Um amigo leal não tem preço, e seu valor é incalculável. Ele é um remédio que cura, e aqueles que temem ao Senhor o encontrarão. 

Pe. João, “quem encontra um amigo, encontra um tesouro”. Ao longo desses quatro anos e meio, nossa comunidade recebeu um tesouro inestimável: você e sua amizade. Podemos afirmar com convicção que nossa grande comunidade se formou porque tivemos ao nosso lado um sacerdote exemplar. Que Deus o abençoe em sua nova missão. Estaremos sempre orando e torcendo pelo seu sucesso. Não é um adeus, mas um até breve. Até logo e muito obrigado por tudo. Valeu, Padre João!

Sandro Oliveira