Por Sandro Oliveira
Boas festas! Esta será, sem dúvida, a expressão mais utilizada nos próximos dias. Infelizmente, nem todos terão a chance de experimentar um Natal alegre. Diversos fatores contribuem para isso! Para algumas pessoas, o Natal representa um momento de troca de presentes, envio de mensagens nas mídias sociais e cumprimentos a amigos em encontros repletos de emoções, mas que carecem de profundidade.
Para o comércio, é uma data que oferece uma chance econômica – uma oportunidade perfeita para consumir. No entanto, muitos encaram o Natal como um dia qualquer, não porque desejem isso, mas por conta das questões sociais que afligem a humanidade. Em contextos onde não se vislumbra chance ou esperança por uma vida mais digna, a celebração perde seu significado.
Enquanto de um lado há escassez de alimentos, do outro lado existe abundância. Onde alguns sofrem com a fome, outros enfrentam problemas de saúde por excesso. Em um extremo estão os necessitados, e no oposto, aqueles que buscam sempre se beneficiar.
Quantas pessoas celebrarão o Natal com um banquete repleto de pratos requintados, enquanto outras vão passar por dificuldades, sem sequer um pouco de pão para se alimentar dignamente? Quantas pessoas estarão se deliciando e não se preocupam com aquelas que necessitam de apoio para garantir a alimentação diária?
A sensação que temos é a de que há uma quantidade escassa de alimento para todos e um número elevado de pessoas necessitando. No entanto, isso é apenas uma ilusão. Se a distribuição fosse feita de maneira justa, ninguém passaria fome. No mundo, milhões de pessoas enfrentam uma pobreza severa e vivem em condições deploráveis. Em contrapartida, a riqueza dos mais abastados continua a crescer. É lamentável a realidade que estamos presenciando no planeta.
O verdadeiro espírito natalino se manifesta quando temos disposição, empatia e o desejo de apoiar aqueles que enfrentam desafios – não apenas durante as festas de fim de ano, com a tradicional doação de cestas básicas, que muitas vezes se torna uma prática assistencialista, frequentemente utilizada por políticos e líderes religiosos como forma de troca. O Natal será verdadeiramente alegre quando conseguirmos nos desvincular dessa mentalidade.
Sandro Oliveira