sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Política e Fé: Compromisso cristão com a sociedad

Por Sandro Oliveira

Há quatro anos, eu fui candidato a prefeito. E percebi uma coisa: quando se falava em política, muita gente "torcia" o nariz. Nos grupos religiosos da Igreja, muitos cristãos usam mil pretextos pra dizer que política não presta, pra se livrar do assunto. Com isso, ficam livres da responsabilidade do voto e votam sem o menor cuidado. Alguns não querem saber de política porque dizem que divide a comunidade. 

Os católicos que usam esses argumentos pra escapar da realidade política têm uma parcela de culpa nas corrupções da nossa política. Por causa desse voto descompromissado, irresponsável, políticos desonestos conseguem os mandatos. A omissão dos católicos vai ajudar os desonestos a oprimir o povo. Cristão que age assim não pode alegar ignorância pra justificar esse comportamento leviano. Política não é fácil, é complexa. Então, temos que vencer a preguiça mental que leva à omissão e justifica o descumprimento de um mandamento de Deus: lutar pela justiça em prol de todos.

Podemos buscar conhecimento político na própria Igreja. Isso mesmo, na Igreja. Nos grupos, nos movimentos, nas pastorais. Nesses grupos e movimentos existem os Círculos Bíblicos, onde a gente discute a leitura bíblica, reza junto, traz a realidade daqueles tempos pra cá, e vê que não mudou muita coisa – continua a mesma exploração. 

Quantos Pilatos ainda existem hoje? Quantos lavam as mãos quando veem um pobre passando fome, desempregado? O que me incentivou na política foi justamente esses Círculos bíblicos, principalmente o Movimento de Cursilhos. Lá eu conheci os documentos da Igreja, tipo Puebla (Conferência dos Bispos da América Latina em 1979). É um documento a favor dos pobres da América Latina, que ensina a gente a ser líder cristão comprometido com a família e a sociedade. Abre os olhos pra realidade que tá aí, mesmo quando a gente insiste em não querer ver.

Sandro Oliveira
Membro do Cursilhos de Cristandade